Quem visita o comércio nesta época
do ano sabe que tem Papai Noel saindo pelo ladrão. Virou ingrata profissão ser
o bom velhinho. Pela roupa nada confortável que os candidatos, obesos
em sua maioria, tem que se dispor a usar,
em sol escaldante de dezembro típico da nossa região tropical brasileira.
Mas o engraçado é como as crianças
desta geração agem com o velhinho barbudo.
Já não pedem mais brinquedos,
pedem bala. Porque daquele saco vermelho que fica aberto do lado do papai noel
tem mesmo é bala. Brinquedo quem dá são os pais. Isso já é fato consumado para
essas crianças.
E como em todo shopping tem
um, sempre tem a foto tradicional tirada
do celular mesmo para encurtar logo a conversa.
No meio da fila a mãe vai avisando: não puxe a barba do papai noel
filho, isso é falta de respeito.
E já sentado do lado do Papai noel,
este começa:
- Você está sendo um bom menino?
E a criança balança a cabeça que sim...
- Está escutando tudo o que sua
mamãe pede?
- Tô. Ela me pediu pra não te
puxar a barba
E mesclam a sinceridade infantil
com um pouco de imaginação, se esforçando para ainda engambelar o velhote:
- O que você quer ganhar menino?
- Uai, você não se lembra mais?
Já escrevi cartinha e te pedi a semana passada. Não mudei de idéia....
A mãe puxa a criança pelo braço
para tentar minimizar o mal estar que este papai noel estava sentindo.
Com tantas crianças, o coitado já não lembrava mais o que foi que pediram na
semana passada. Ou será que este moleque fez o pedido para outro papai noel e
estava lhe confundindo. Cartas, ora bolas, não estava no contrato de serviço.
Se inteirar dos pedidos por escrito, mais essa?
Ah, vá, vá... Talvez no próximo ano um trabalho
temporário de vendedor em loja de
brinquedo poderá ser mais interessante!