Quando a gente é criança sempre
tem os brinquedos que são coqueluches do momento. Aqueles
lançamentos que logo cai no gosto da criançada e a gente começa a pedir: compra
mãe... me dá um pai...
E nessas situações podemos sofrer ou tirar grandes proveitos
Comigo posso dizer que a boneca Barbie
foi algo que durante anos quis ter.Na
época custava mesmo muito caro. Algo tipo o equivalente ao salário da nossa
funcionária doméstica. Minha mãe muito adequada me colocou a par da situação e me disse que para me dar a boneca deveríamos
não ter mais os serviços dela. Ela ficaria sem emprego para que eu brincasse.
Entendi e me contentei em ganhar um bebezão,
o tal do Meu primeiro bebê.
Particularmente algo bem mais adequado para se brincar do que uma boneca
sexualizada como a barbie. Eu era a primeira filha de três. Logicamente meus
pais deviam dividir os gastos com brinquedos com meus outros dois irmãos .
Lembro que cheguei pedir para minha mãe trabalhar de noite na tentativa de angariar fundos para ter a bendita boneca. Fico imaginando a cara dela ao ver meu pedido consumista.
Lembro que cheguei pedir para minha mãe trabalhar de noite na tentativa de angariar fundos para ter a bendita boneca. Fico imaginando a cara dela ao ver meu pedido consumista.
Naquela época eu brincava com uma
prima, que era filha única e tinha a Barbie.
Eu aproveitava e até fazia roupinhas para sua boneca. Desenvolvi muitas habilidades com suas
bonecas e cansei de tanto brincar. Aproveitei demais!!!
Com o tempo e a falsificação dos
brinquedos e as lojas de 1,99 , minha irmã mais nova veio a ter muitas Barbeis, originais e paraguaias , uma loira, outra morena outra ruiva, varias roupas e acessórios. Mas depois de tanto tempo eu já era mocinha e não tinha a mesma
motivação para brincar, mesmo porque
meus interesses eram outros ...
Posso dizer que me recordo com muito carinho desta fase que
vivi e da coragem de minha mãe de me ensinar o verdadeiro valor do dinheiro, de
que a gente ensina cedo a uma criança que as coisas tem s seu preço e que tem coisa que custa o preço
de salário mínimo, e quantas as vezes
custa o próprio salário da mãe. E que
temos que esperar mesmo para termos as coisas que queremos.
Talvez por isso também sou bem consciente com meus gastos inclusive com
brinquedos para meu filho. Sei que o volume de propagandas de brinquedos é
imensa, que ele sempre vai me pedir, mas quantas vezes mostro a ele que tem
coisa que demora muito para se juntar no cofrinho para poder comprar.
Não vejo essa frustração como
algo negativo na minha vida e nem na vida de meu filho. Acho que frustação a
vida tem de monte e cabe a nós mesmo sabermos lidar com elas.
Todas as vezes que meus filhos me pedem algo da moda, ou não mas que esteja fora do tempo de ganhar presente, as palavras de minha mãe ecoam no meu coração e cérebro.
ResponderExcluirExplico TODAS as vezes que nenhum brinquedo novo, por mais legal que pareça, trará a felicidade maior que aquela que já existe em seu coração.
Impressionante como os sentimentos não mudam: sei que ficam frustrados com o mesmo discurso e que não compreendem nos dias seguintes... mas assim como nós, vão sentir ecoar nas lembranças as mesmas frases qdo forem pais e descobrirem o tanto que o limite é importante para uma vida saudável.