sexta-feira, 6 de julho de 2012

O que aprendi com a boneca BARBIE




Quando a gente é criança sempre tem  os brinquedos que  são coqueluches do momento. Aqueles lançamentos que logo cai no gosto da criançada e a gente começa a pedir: compra mãe... me dá um pai...

E nessas situações  podemos sofrer ou tirar grandes  proveitos

Comigo posso dizer que a boneca Barbie foi algo que durante  anos quis ter.Na época custava mesmo muito caro. Algo tipo o equivalente ao salário da nossa funcionária doméstica. Minha mãe muito adequada me colocou a par da situação  e me disse que para me dar a boneca deveríamos não ter mais os serviços dela. Ela ficaria sem emprego para que eu brincasse. Entendi e me contentei  em ganhar um bebezão, o  tal do Meu primeiro bebê. Particularmente algo bem mais adequado para se brincar do que uma boneca sexualizada como a barbie. Eu era a primeira filha de três. Logicamente meus pais deviam dividir os gastos com brinquedos com meus outros dois irmãos .

Lembro que cheguei  pedir para minha mãe trabalhar de noite na tentativa de angariar fundos para ter a bendita boneca. Fico imaginando a cara dela ao  ver meu pedido consumista.

Naquela época eu brincava com uma prima, que era filha única e tinha a Barbie.  Eu aproveitava e até fazia roupinhas para sua boneca.  Desenvolvi muitas habilidades com suas bonecas e cansei de tanto brincar. Aproveitei demais!!!

Com o tempo e a falsificação dos brinquedos e as lojas de 1,99 , minha irmã mais nova veio a ter muitas Barbeis, originais e  paraguaias , uma loira, outra morena outra ruiva,  varias roupas e acessórios. Mas depois de tanto tempo eu já era mocinha e não tinha a mesma motivação para brincar, mesmo  porque meus interesses eram outros ...

Posso dizer que  me recordo com muito carinho desta fase que vivi e da coragem de minha mãe de me ensinar o verdadeiro valor do dinheiro, de que a gente ensina cedo a uma criança que as coisas  tem s seu preço e que tem coisa que custa o preço de salário mínimo, e quantas  as vezes custa o próprio  salário da mãe. E que temos que esperar mesmo para termos as coisas que queremos.

Talvez por isso também sou bem  consciente com meus gastos inclusive com brinquedos para meu filho. Sei que o volume de propagandas de brinquedos é imensa, que ele sempre vai me pedir, mas quantas vezes mostro a ele que tem coisa que demora muito para se juntar no cofrinho para poder comprar.

Não vejo essa frustração como algo negativo na minha vida e nem na vida de meu filho. Acho que frustação a vida tem de monte e cabe a nós mesmo sabermos lidar com elas.


Um comentário:

  1. Todas as vezes que meus filhos me pedem algo da moda, ou não mas que esteja fora do tempo de ganhar presente, as palavras de minha mãe ecoam no meu coração e cérebro.
    Explico TODAS as vezes que nenhum brinquedo novo, por mais legal que pareça, trará a felicidade maior que aquela que já existe em seu coração.
    Impressionante como os sentimentos não mudam: sei que ficam frustrados com o mesmo discurso e que não compreendem nos dias seguintes... mas assim como nós, vão sentir ecoar nas lembranças as mesmas frases qdo forem pais e descobrirem o tanto que o limite é importante para uma vida saudável.

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