sábado, 12 de maio de 2012

Sublimando o dia das mães…




 Minha mãe partiu há um ano, em março de 2011. Foi uma grande dor, já que de repente sem ao menos avisar nem se despedir, ela  teve um mal estar que não foi possivel salva-la  nem com duas ambulãncias na porta de sua casa.
Demorei um ano para me recuperar do susto e da sua ausência física.  Entendo que o luto precisa ser elaborado e nada melhor do que chorar e chorar a cada crepúsculo, hora do dia que é demais angustiante.
Hoje,  sinto sua falta, mas quando a saudade aperta rezo por ela e sei que ela olha por mim e pela minha família: marido, filhos e netos  Ela era uma pessoa querida por todos:  poetisa, professora nata e boa mãe e avó.
Ela também me ensinou a não vangloriar datas como esta que se aproxima, o dia das mães. Como professora e cristã que era sempre disse que dia da mães é todo dia...
Mas é incrível como quando a falta física acontece a gente se apega nestas datas para relembrar e as vezes chorar a ausência de tão querida genitora.
No ano passado, o dia das mães estava muito recente sua partida, e no almoço do domingo das mães colocamos um vaso de flor no lugar da mesa em que costumava sentar. Foi muito triste.
Mas esse ano eu meio que sem querer estou enxergando e porque não sublimando essa data dedicada ao nosso primeiro amor, aquela que nos abrigou no ventre e depois no coração, de forma diferente.
É  que há cerca de três meses conheci uma senhora acamada com sérios problemas motores que também perdeu sua mãezinha há pouco tempo.
Ela ainda chora todas as tardes sentindo a falta da mãe que sempre cuidou e zelou por ela.Quantas vezes estive com ela e  a dor que ela sentia eu podia imaginar.
Várias vezes disse a ela que entendia porque tinha passado por isso há pouco tempo e sabia, que com a ajuda do tempo, essa dor ia se amenizando e se ajeitando dentro do coraçao.
Mas como o dia das mães estava se aproximando, e ela nessa tristeza toda natural de quem elabora um luto, me senti motivada a fazer algo  por ela.
-Sua mãe gostava de flores?
-Sim, das vermelhas em especial.
Era a dica que precisava.
Não, não estava querendo saber sobre flores para ir ao cemitério depositar flores na lápide da sua querida maezinha.  Embora respeite quem faz esse nobre gesto, não  tenho esse hábito. Cemitérios são demais tristes para visita-los em data tão especial. E sei que ali estão restos mortais apenas. Sua essência, alma, espírito como cada um denomina está bem longe dali.
Então levei tulipas , as mais lindas que tinha á disposição e na sexta feira a tarde, entreguei a ela, a filha chorosa pela falta da maezinha.
-Vamos fazer uma oração pela sua mãe e você vai abrir seu coração dedicando a ela essa flor e todo seu carinho.
E foi uma emoção, ela mesmo com toda a sua dificuldade motora para falar, rezou um Pai-Nosso , entre lágrimas e agradeceu todo o amor que a mãe tivera dispensado a ela durante toda sua vida.
...
Sai de lá sentindo uma enorme paz. Sei que essa prece também foi para minha querida mãe sabe o quanto sou grata pela oportunidade de vida que me deu,  pela conduçao na educação e pelos seus exemplos dignos.
Não vou levar flores em sua lápide. Nao acredito que ela esteja la. Mas também vou comprar um lindo vaso e dedicar a ela. Com todo o meu amor. Hoje e sempre!!!!

2 comentários:

  1. Talvez a maior sabedoria de uma pessoa seja reverter suas tristezas em algo bom... foi exatamente isso que li aqui.
    Chorar faz parte, tem seu tempo... mas acrescentar algo bom na vida de outra pessoa que passa por problemas que já passamos é conjugar o verbo amar em todos os tempos.
    Posso conhecer mais de sua mãe através de você; de suas atitudes e bondade que ela tanto te ensinou.

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  2. nossa...
    não me lembro se já tinha lido...
    mas as lágrimas escorrem ao ler tamanha delicadeza e realidade...
    nossa mãe fez o melhor q podia pra nós, seus filhos, e pra cada um q passava por ela precisando de ajuda e atenção, um idoso, uma criança.
    q saibamos repetir suas boas atitudes.
    beijo grande.

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