Por vezes me angustio quando meu filho traz na agenda um recadinho de passeio da escola. Fazendinha, chácara, circo ou museu. Ele alegre me mostrando data e devidas informações e eu com aquela cara de coxinha.. super temerosa.
Mas embora tenha muito medo, receio e fantasias das mais medrosas sempre deixo. E me certifico com ele: se cuida, toma cuidado, nada de desgarrar do grupo, seja educado e um sermão parecido com o da montanha. Na verdade queria ir junto mesmo que escondidinha para ver como ele se comportava diante de situações como esta. Nunca deixaram e nem mesmo quero expor o menino ao mico do ano..
Ele odeia meu rol de recomendações... que dirá me ver no local inspecionando se está tudo bem...
Também pelos corredores vejo outras mães medrosas, sofrendo, querendo dividir sua angústia e so encontravam ressonância em outras mães medrosas. As que levavam isso numa boa nem mais estavam na escola. Tinham ido. Tocaram o barco. O que estas mães enxergam que ainda nao enxerguei?
E a gente lá, comentando, se pelando e fazendo queixas grupais. Por acaso me atentei que eramos todas maes de um. Maes de filho unico, maes que só tem uma cria e lambe como se fosse a coisa mais rara. Sim , para mae de dois, três, quatro e pontinhos, todo filho é raro. Mas não lambem. Não sofrem e não se apavoram diante do passeio, a voadinha mais longe do ninho...
Cada qual na sua loucura de imaginar os perigos da vida, mas mae de um nao tem com quem dividir emocoes e focar em outros horizontes. Ë ele e so ele. E ela é so ela. E vivemos, respiramos, comemos e planejamos a vida em torno da criaturinha tao importante que por vezes nos esquecemos de nos mesmas..
Tai o erro. Tai o abismo que se forma entre o crescer e o temer.
Temo. E cresço. Mas talvez não cresco como a mãe de dois ou três. Também não estou aqui para defender que povoar a Terra com mais crianças seja a solução. Mas aquela diferencinha básica entre encarar a situação de frente , com medinho lógico típico de mãe de mais de um, e se sufocar nas fantasias de perigos e monstros imaginários da mãe de um existe.
Ô se existe...
Talvez tenhamos que um dia abrir a discussão e entender o amago da cabeça da mãe de mais. Porque se na teoria filho é para o mundo, criar para a vida na prática a gente sofre um caminhão de sentimentos ao deixá-lo ir ao passeio. E o nosso coração fica no vácuo..
Cada vez que a Lari, ou o Davi vao passear, vem o mesmo sentimento... medo e certeza de que ninguem vai cuidar como eu.
ResponderExcluirMas confesso que nao vou mais ate o onibus me certificar se esta tudo certo (talvez porque sei que nao vai melhorar em nada minhas certezas)... Tudo isso nao passa, mas a gente aprende a conviver com nossas insegurancas qto aos filhos.
Enquanto nossos pimpolhos vao crescendo em estatura e idade, nos maes crescemos na fe... pois haja oracao pra tanto passeio!!!