quinta-feira, 26 de abril de 2012

Passeio de escola na cabeça de uma mãe de um...


 
Por vezes me angustio   quando meu filho traz na agenda um recadinho de passeio da escola.  Fazendinha, chácara,  circo ou   museu. Ele alegre me mostrando data e devidas informações e eu com aquela cara de coxinha.. super temerosa.
Mas embora tenha  muito medo, receio e fantasias das mais medrosas  sempre deixo.  E  me certifico  com ele: se cuida, toma cuidado, nada de desgarrar do grupo, seja educado e um sermão parecido com o da montanha. Na verdade queria ir junto mesmo que escondidinha para ver como ele se comportava diante de situações como esta. Nunca deixaram e nem mesmo quero  expor o menino ao mico do ano..
Ele odeia meu rol de recomendações...  que dirá me ver no local inspecionando se está tudo bem...
Também pelos corredores vejo outras mães medrosas, sofrendo, querendo dividir sua angústia e so encontravam ressonância em outras mães medrosas. As que  levavam isso numa boa nem mais estavam na escola.  Tinham ido. Tocaram o barco. O que estas mães enxergam que ainda nao enxerguei?
E a gente lá,  comentando, se pelando e fazendo queixas grupais. Por  acaso me atentei que eramos todas maes de um. Maes de filho unico, maes que só tem uma cria e lambe como se fosse a coisa mais rara. Sim , para mae de dois, três, quatro e pontinhos, todo filho é raro. Mas não lambem. Não sofrem e não se apavoram diante do passeio, a voadinha mais longe do ninho...
Cada qual na sua loucura de imaginar os perigos da vida, mas mae de um nao tem com quem dividir emocoes e focar em outros horizontes. Ë ele e so ele. E ela é so ela. E vivemos, respiramos, comemos e planejamos a vida em torno  da criaturinha tao importante que por vezes nos esquecemos de nos mesmas..
Tai o erro. Tai o abismo que se forma entre o crescer e o temer.
Temo. E cresço. Mas talvez não cresco como a mãe de dois ou três. Também não estou aqui para defender que povoar a Terra com mais crianças seja a solução. Mas aquela diferencinha básica entre encarar a situação de frente , com medinho lógico  típico de mãe de mais de um,  e se sufocar nas fantasias de perigos e monstros imaginários da mãe de um  existe.
 Ô se existe...
Talvez tenhamos que um dia abrir a discussão e entender o amago da  cabeça da mãe de mais. Porque se na teoria filho é para o mundo, criar para a vida na prática a gente sofre um caminhão de sentimentos ao  deixá-lo ir ao passeio. E o nosso coração fica no vácuo..