
A gente chegava em Pirangi de manhãzinha. E depois de cumprimentar a Lola e o vô Mário, ia correndo para a casa da Vó Nina, na verdade minha bisavó. Tia Zizinha, minha tia-avó já ia em direção ao guarda pão, pegar uma lata, cuja tampa estampava uma cena da caça as raposas, e tirava de lá uma deliciosa bolacha maizena. Ao fundo o fogão à lenha sempre aceso, com uma chaleira fumegando de água quente.
Logo atrás chegava minha mãe a procura do café e sentava naquela mesa de madeira, coberta sempre com uma toalha florida, e começava a perguntar como estavam todos por ali.
O café, já morno, mas feito naquela madrugada, ainda havia pó umido no coador de café. O meu golinho tomava da xícara da minha mãe, aquela de latinha pintada, que deixava um sabor inconfundível à bebida.
Era assim, as nossas doces visitas aos parentes em Pirangi. O quintal da Lola tinha um portaozinho para que as galinhas não escapassem. Lá , tinha a jabuticabeira Sabará, as mexericas e laranjas, o pé de figo e bananeiras ao fundo. Também cercado por dentro tinha a hortinha da Lola, com muitos vegetais crescendo sem veneno. No lado esquerdo havia o galinheiro propriamente dito, onde as galinhas podiam botar e chocar a vontade.
E era sagrado, nas férias de julho e dezembro passavamos longos dias de pé no chão, mexendo no barro e catando frutinhas pelo chão para fazer comidinha de faz de conta.
Na geladeira da minha avó Lola sempre tinha doces de fruta, carambolas, aboboras e figos.O licor de jabuticaba era o melhor da temporada, e ela deixava bicar um pouquinho só, afinal criança não podia com bebida alcóolica.
Quando estavamos enfadados de tanta coisa boa a fazer , lembravamos da leiteria, que era o local onde compravamos chocolates e chicletes para passarmos o dia mais doce. De lá ja ficava muito perto do jardim da igreja então ficavamos passeando pelos canteiros a cheirar os ciprestes verdejantes.
Tempo bom que hoje já nao existe mais.
Quando estavamos enfadados de tanta coisa boa a fazer , lembravamos da leiteria, que era o local onde compravamos chocolates e chicletes para passarmos o dia mais doce. De lá ja ficava muito perto do jardim da igreja então ficavamos passeando pelos canteiros a cheirar os ciprestes verdejantes.
Tempo bom que hoje já nao existe mais.
Quando naquele domingo triste deixamos nossa querida Lola repousar no sono eterno, já sabiamos que por ali a alegria dos tempos de infância ficariam para tras também.
Junto com ela, se foi também os motivos para nossa ida a Pirangi. Ali acabara nossas vivências que agora estariam apenas em nossas lembranças mais doces, guardadas a sete chaves em nossos corações.
Junto com ela, se foi também os motivos para nossa ida a Pirangi. Ali acabara nossas vivências que agora estariam apenas em nossas lembranças mais doces, guardadas a sete chaves em nossos corações.
Diante de tantas recordações boas a se contar devemos sempre lembrar que nosso presente hoje será o palco das histórias que contaremos no futuro: então, vivamos intensamente... façamos das coisas mais simples, momentos inesquecíveis com os que nos cercam !
ResponderExcluirSem palavras, não existe nada a acrescentar era simples e maravilhoso como vc descreveu! Obrigado!
ResponderExcluirbjs, Mario Braga