quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A arte de apelidar




Na minha casa, quando criança ainda, sempre que podiamos, recorríamos carinhosamente a apelidos para se referir entre nos mesmos.
Eu sempre fui a Loirinha , que já teve sobrenome Ardida, em tempos longíquos fui a Benção Divina... fico a me perguntar porque perdi tão angelical apelido. Talvez porque sou dialética e tenho dentro de mim o bem e o mal...
Minha irmã a Pretinha porque foi a única morena da casa e seus cabelos realmente eram e ainda são pretinhos. Naquela época nao era pecado se referir assim a alguém. Ela conseguia ser bem criativa: Nina, Nerciça e Ferdinando para o famoso Ferroca.
Pio meu irmão do meio, Mir , meu pai e Gatona minha mãe. Apelidos carinhosos com um motivo de ser no momento mas que agora a memória não ajuda para explica-los.
Também estendiamos essa tradiçao familiar aos nossos amigos, chamando um de Tulusão , outro que adorava beijar de Beijoco e até o pintor de Luly. Lógico que isso era bem respeitoso e saudável, quase um código familiar já que não abriamos nem expandiamos isso para os quatro ventos. Era um segredo de estado.
Mas isso foi crescendo, e alguns apelidos pegaram mesmo. Hoje sou a Samy, o Pio perpetuou e mesmo que a Gatona hoje nos olhe de cima de alguma núvem já adquiriu um novo e carinhoso apelido do seu primeiro neto: Vó Kinininha.
Ele também não escapou dos apelidos dos tios: neido, móido. O avô também acrescentou Lolinho e o pai sempre o chama de Zé.
Eu como a mãe sempre fiquei de butuca esperando minha oportunidade de retribuir os apelidos carinhosos do meu filhote. Sendo tia um dia seria bem gostoso ajeitar uns codinomes...
E como a cegonha tarda mas não falha, esse ano Deus nos presenteou com dois nenes na familia, já que meu primogênito estava reinando demais por essas paragens.
Agora estou satisfeita. Posso deitar e rolar nos apelidos, carinhosos a propósito mas que só uma familia acostumada com tal prática tem a excelência em fazer.
Assim, vamos perpetuando a tradição e espero que meus sobrinhos peguem leve ao apelidar essa tia que estava chateada de não ter ficado para titia...

Um comentário:

  1. No dicionário Aurélio e da vida a palavra apelido deveria ter um significado carinhoso, amigo, inocente: lembrar de alguém pelo apelido que tinha ou têm sempre traz recordações (então que sejam agradáveis, mostrando tanto da parte da pessoa que apelidou como da apelidada bom caráter). Ensinemos assim para nossos filhos e amigos de nossos filhos e vizinhos e........

    ResponderExcluir