Um belo dia fui apresentada para as bactérias formalmente pela minha mãe. Na verdade ela estava preocupada com minhas mãozinhas sujas próximas do meu irmão bebezinho na época e quis me dar uma aula introdutória sobre esses seres microscópicos.
Naturalmente eu já havia provado a existência delas nas minhas amigdalites ,otites e a culminância foi quando fiquei rosada pela escarlatina. Detalhe que peguei esssas bactérias nadando inocentemente num riachinho de uma cidade do interior que há poucos metros dali boiava um porquinho morto em decomposição.
Naturalmente eu já havia provado a existência delas nas minhas amigdalites ,otites e a culminância foi quando fiquei rosada pela escarlatina. Detalhe que peguei esssas bactérias nadando inocentemente num riachinho de uma cidade do interior que há poucos metros dali boiava um porquinho morto em decomposição.
Mas neste dia em que minha mãe me explicou sobre os bichinhos minúsculos (microscópicos ) e invisíveis, talvez ela nem imaginasse como eu reagiria a tamanha informação. Ou a minúscula mas assustadora informação para uma criança de apenas 4 anos.
Depois de me falar que as bactérias ficavam no ar e em toda a superfície em que tocavamos, ainda bem que ignorei o ar pois teria dado pane naquela cabecinha... eu entendi a importância da lavagem das mãos.
Hoje em dia é a maior barreira contra a contaminação. Mamãe já previu isso ha mais de trinta anos .
Mas como criança tem uma imaginação muito fértil após a assepcia eu fechava a torneira com os cotovelos e abria a porta com o pulso. Nem eu mesma consigo entender como fazia isso.
Na minha fantasia, só as maos deveriam estar imunes e assepticas. Limpas para não contaminar com bactérias nocivas que causavam dor de garganta, dor de ouvido e dor de estômago nas crianças.
E assim eu me mantive integra e fiel ao ensino de minha mãe nem mesmo relando no bico da mamadeira ou na chupeta do meu irmão.
Bonecas e brinquedos que caiam no chão tinham que ser limpos com água e sabão para que as bactérias não sujassem minha brincadeira.
Também foi nesta época que larguei os meus hábitos de sucçào inadequados, a chupeta e a mamadeira. Meu pediatra também reforçou a importancia de deixa-los longe de minha boca afinal a noite as minhas sete chupetas caiam no chão e se enchiam de bactérias. Até mesmo aquela que eu gostava de passar no dedão do pé ficou menos atraente depois do reforço bacteriúrico do pediatra.
Pronto. Estava munida de muita informação microscópica e bastante neurose para me livrar.
Com o tempo esse furor bacteriano passou. Consegui me livrar da chupeta, a mamadeira ficou para anos mais tarde, e logo voltei a ser uma criança normal, desligada de hábitos tão neuróticos de higiene.
Até que minha mãe me pegou numa manhã chupando o chiclete que na noite anterior havia jogado no jardim.
Filha!!! Já te falei que está cheio de bactérias?
Cuspi a goma de mascar e fui tratar de organizar minhas bonecas. Já havia deletado tamanha carga de informação para tão pequena criatura.
Hoje não menosprezo os streptococos nem mesmo os estafilococos. Até ja tive vontade de apresentar as Sclerichia Coli para meu filho. Mas pensei : bobagem.Deixa esses seres serem descobertos na aula de laboratório. Menos assustador e mais pedagógico.
Só ensinar a lavar as mão já basta.
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