Até os ursinhos de pelúcia tem sorte, destinos diferentes. Uns vem
de presente em cestas de café da manhã, outros de dia dos Namorados, outros de
aniversário para uma criança igualmente fofa, e outros são para cachorros.
Isso mesmo. O nosso amigo Fonseca é um ursinho de pelúcia de
uma cachorra.
Seguinte. Conhecemos o Fonseca na casa da minha irmã. Meu
filho viu um urso já esfoladinho, quase rasgadinho na perna e como a gente
costuma chamar: espudiatcho!
Viu e chutou.
Moleques chutam tudo, até a mãe.
Minha irmã logo gritou:
- não chuta o
Fonseca!
Caimos na gargalhada... eu e ele.
- Quem tia?
O Fonseca, ursinho da
Memé.
Memé é a cachorra da minha irmã. Uma York com alma de
vira-lata grande porte. Porque mesmo? Só late e arruma encrenca com os cachorros
da vizinhança. Não mede consequências sobre os perigos de ser ranheta e
briguenta. Vai enfrentando e toca minha irmã a correr ou gritar para salvar a
cadela do perigo.
Pois bem, falemos do Fonseca da Memé.
O Fonseca é o amiguinho, o ursinho de estimação de uma
cadela, ele tem amor, carinho, lambidas e muitas mordiscadas. Por isso está com
a perninha rasgada e as orelhas quase caindo.
Segundo meu filho o Fonseca é bem feliz. Porque se ter um
cachorro é felicidade na certa, ser de um cachorro é pra lá de bom. E de uma
cadela ainda mais. Extinto maternal ali tem de sobra.
Tem mesmo que ser bem grato pelo destino. Afinal não vai ser
devolvido, se fosse presente de namorado que virou ex, nem doado para alguma
instituição quando a criança já crescida quer limpar a estante.
Vai ser bem cafungado até virar trapinho. E ai de sequer,
cogitar em joga-lo fora. Rosnada na
certa!